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quarta-feira, 15 de agosto de 2007

Tempo de Entendimento


Dizer que ninguém se consegue entender inteiramente se nunca tiver desentendido parece uma banalidade mas é uma grande verdade. Isto se o desentendimento for encarado como oportunidade de crescimento e conhecimento interior.
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Sempre que nos desentendemos com alguém a tentação é ficar amuado, extremar posições, ensaiar braços de ferro, persistir no silencio ou fazer a chamada fuga em frente. Esta tentação é como bem sabemos irresistível. Apetece muito mais encolher os ombros e desistir do outro do que ganhar distancia para perceber o que está em causa.
Seja por orgulho, por desilusão ou, simplesmente por falta de alento, acontece-nos facilmente passar á frente sem perder tempo a tentar entender as causas do nosso desentendimento. E é pena.
A susceptibilidade com que vivemos a diferença de opiniões e atitudes, a irritação que nos traz á discórdia e ainda a impaciência com que lidamos com aquilo que que não é exactamente como gostávamos que fosse, são armadilhas mortais.
Se conseguíssemos recuar de cada vez que nos sentimos resvalar para o fundo de uma discussão ganharíamos a distância que é precisa para aprender que é justamente nos momentos em que as coisa correm menos bem temos a oportunidade de as emendar. Quando tudo corre a favor e todos os ventos são de feição não há nada a lamentar e é muito fácil o consenso. Difícil é consegui-lo nos momentos de tormenta.
Acontece que é desta procura incessante das causas interiores e exteriores dos nossos desentendimentos que nasce a possibilidade de gerar consensos. E a certeza de permanecer cada dia mais próximos daqueles que amamos, na convicção de que amar é crescer juntos. E só ultrapassando os pequenos desentendimentos é possível chegar aos grandes consensos.
Revista Xis

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