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sábado, 8 de março de 2008

Claudio Naranjo - Terapeuta Gestaltico.

Vou aqui copiar uma entrevista que achei interessante para aqui publicar. Vem na revista Mente Sana e é de um Terapeuta chamado António Naranjo.

- O que é a terapia Gestalt?
- O criador deste tipo de terapia, Fritz Perls, definia-a como “Tenho olhos e não tenho medo” e com isso queria dizer que para curar, temos que nos atrever a enfrentar as coisas, os sentimentos…
- E como enfrentamos os sentimentos e a vida?
- Teremos de nos reduzir a nossa própria experiência e entregar-nos à espontaneidade e integridade profunda; despertar os nossos próprios desejos, interesses e necessidades, juntar os nossos aspectos menos bons e livrar-nos do polícia interior que existe em cada um de nós.
- O que é a ansiedade?
- A ansiedade é quando temos a consciência de um naufrágio interior, quando nos damos conta de que a vida não funciona, que cada um está a fracassar naquilo que lhe é importante.
- E porquê essa desorientação?
- A sociedade de hoje empurra-nos para a ansiedade e para as neuroses. O ser humano é intrinsecamente bom, mas a civilização acaba por o pôr doente. Basicamente, o domínio da vontade de poder sobre a vontade do amor nos adoece.
- Existe alguma maneira de combater esse mal social?
- Trabalhando sobre a nossa saúde mental, quer dizer, fazendo terapia, meditação, trabalho corporal; incluindo estar com pessoas mais sãs e cultivar o amor.
- Contactar com as emoções? Em que consiste isso?
- Consiste em não fugir das emoções desagradáveis. Parar para pensar sobre elas, conseguir compreendê-las e tentar enfrenta-las.
Porque não se pode reparar uma coisa se não a conseguir-mos vê-la, sem entrar em contacto com ela. Se não mostras as tuas emoções, nunca as aceitarás e esse é o primeiro passo. Temos de lhe arranjar um espaço.
- E depois?
-As emoções transformam-se em algo mais natural. Quando vemos o que fazemos, distanciamo-nos e até nos podemos rir. E ai, mais relaxados, podemos de deixar de actuar como até ao momento atrás, reacionando automaticamente.
- Um exemplo, se faz favor?
- Às vezes, sentimo-nos sós, mesmo rodeados de muita gente. Se estivermos em contacto com a situação, veremos que a sua origem é uma sede de amor, muitas vezes inconsciente. Se nos damos conta, podemos de deixar de nos prostituir para conseguir afecto, de mostrar como não somos para que nos queiram…Quando amadurecemos e compreendemos essa sede de amor universal, tomamo-lo com tranquilidade e já não como loucos buscando preencher esse vazio.
- Conseguimos acalmar a nossa frustração?
- Estou triste, mas eu não sou a minha tristeza. Dou-me conta de que a emoção é o estado passageiro com o qual não me identifico. Essa ânsia de amor insatisfeita já não é tão dramática e vamos curando a neurose.
- Você disse que a pessoa com um transtorno emocional está mais perto da verdade?
- A pessoa que lhe doe a alma está um passo à frente dos outros. A maioria das pessoas está num estado de amputação, um pouco “descerebradas” com força para enterrar o seu problema. O neurótico está um pouco mais desperto. A sua dor é uma chamada para curar o seu mal, e isso já é uma avance.
- Que relação existe entre a terapia e a espiritualidade?
- A terapia é uma forma de espiritualidade da entrega e da espontaneidade. Quando amadurecemos e abandonamos o controlo sobre nós próprios deixamos que a ordem cósmica, a natureza ou Deus tome o controlo. E ai tudo flúi de forma “divina”.
- Dessa forma, recuperamos a confiança na vida?
- Sim. Amadurecer é aceitar as coisas boas e as más da existência com a confiança em que, na realidade, não passa nada. Tentar evitar o sofrimento não é bom, porque não o vamos conseguir jamais e ainda por cima perderemos a consciência da vida. Quando aceitamos o que mais tememos como a morte, estamos preparados para viver calmamente.

Digo eu:
- Esta entrevista estava em Castelhano. Dai não esperar muito do meu pouco Português…lol.
-Publiquei esta entrevista para tentar mostrar o quanto nós tentamos complicar a nossa vida…

1 comentário:

Anónimo disse...

obrigada! :)
beijocas.
viviane