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domingo, 23 de setembro de 2007

Manter a ilusão.



Contam que um velho relojoeiro regressou à sua terra depois de anos de ausência. No balcão da sua relojoaria recebeu em uma tarde todos os relógio da sua povoação, que haviam parado de funcionar e que o esperavam em uma gaveta das casas dos seus donos. O relojoeiro viu cada um, peça a peça, mecanismo por mecanismo. Mas só um dos relógios tinha concerto, era o do professor, todos os outros já eram maquina sem concerto.
O relógio do professor era uma herança do seu pai e possivelmente no dia em se parou, marcou para esse homem um momento muito triste. Sem embargo, em lugar de deixar o relógio esquecido na gaveta, o professor todas as noites o apanhava, aquecia-o com as suas mãos, esfregava-o, dava-lhe meia corda e agitava-o desejando que recuperasse o seu andar. O relógio parecia agradecer ao seu dono, que por momentos ficava a ouvir o tic tac da sua maquina. mas de seguida voltava a parar de vez.
Foi este pequeno ritual, esta atenção ao relógio, este cuidado amoroso, o que evitou que o seu relógio parasse para sempre.
Foi manter viva a ilusão que salvou o seu relógio de morrer oxidado.
Texto de jorge bucay

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